Todo ano é comum ouvirmos comentários semelhantes em relação à vacina da gripe comum: “é só tomar, para ficar gripado”, “se tomo fico doente, se não tomo, não fico”, “conheço várias pessoas que ficaram doentes depois que tomaram a vacina”, etc.
Para resolver essas dúvidas que são freqüentemente levantadas por nossos pacientes, vamos considerar alguns pontos:
1) a vacina é contra o vírus da influenza, causador da gripe.
2) gripe é diferente de resfriado. Este último pode ser causado por diversos vírus: adenovirus, parainfluenza, arbovirus, rinovirus e muitos outros.
3) na maioria das vezes em que temos dor de garganta, escorrimento e obstrução nasal, pouco de dor de cabeça com ou sem febre, estamos, na verdade, com resfriado e não gripe.
A gripe em geral dura muitos dias, cerca de dez, a pessoa fica arrebentada, tem dor no corpo, febre em geral alta, calafrios, dor de cabeça, além dos sintomas respiratórios (nariz entupido, catarro, tosse, dor de garganta, bronquite etc).
Ou seja, a infecção é mais complicada que o resfriado e, para os extremos de idade (crianças e idosos), a gripe pode complicar facilmente para infecções bacterianas mais graves (por exemplo, pneumonia). Por isso a vacina é tão importante, ela diminui, comprovadamente, as complicações e a mortalidade, especialmente em casos de indivíduos com algum tipo de fragilidade de saúde.
4) em relação aos que dizem que ficam doentes depois de tomar a vacina, isso se deve porque, em geral, as campanhas de vacinação ocorrem num período do ano em que já há muita disseminação dos resfriados (causados por tantos vírus diferentes). Por isso é tão comum ficar doente após a vacina. Na verdade, não é a vacina que causa a infecção, que não é gripe mas, sim, mais um resfriado!
Idosos: vacinem-se!
Autora: Dra. Luciana Pricoli Vilela é medica especializada em Clínica Geral e Geriatria pela Universidade de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.